quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Geometria dos ventos

Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio;
onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia

( RAQUEL DE QUEIROZ )

domingo, 17 de abril de 2011

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas – que já tem a forma do nosso corpo – e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." ( Fernando Pessoa)