quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Geometria dos ventos

Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio;
onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia

( RAQUEL DE QUEIROZ )

domingo, 17 de abril de 2011

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas – que já tem a forma do nosso corpo – e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." ( Fernando Pessoa)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Fernando Pessoa

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Ricardo Reis (Fernando Pessoa): "Para ser grande"

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a Lua toda
Brilha, porque alta vive.

Luís de Camões : "Amor é fogo que arde sem se ver"

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
Luís de Camões (1524-1580)

Fernando Pessoa: "Mar português" In Mensagem

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sejam bem-vindos

Olá! Este blog tem como objetivo trocar idéias sobre a leitura, interpretação e produção de diversos tipos de textos. Está aberto aos colegas professores e aos estudantes que gostam de ler ou que queiram "aprender" a gostar de ler. Venham e viagem pelo mundo maravilhoso das palavras!